No lançamento da seção gaúcha do Centro houve um debate reunindo os blogueiros Altamiro Borges (Blog do Miro), Cristina Rodrigues do Gabinete Digital do Governo do RS, Miguel do Rosário (Blog O Cafezinho e Marco Weissheimer do Blog RS Urgente. Sob o tema "A espionagem e a Ditadura da Mídia", o debate ocorreu no mesmo local onde um pouco antes foi lançado um telejornal congregando as TVs Comunitárias do RS. O lançamento foi prestigiado com a presença de Eliane Silveira, do Fórum Nacional de Democratização da Comunicação (FNDC), Marcelo Nepomuceno da Secretaria de Comunicação do governo do RS, o deputado estadual do PCdoB RS Raul Carrion, a Diretora do Sindicato dos Jornalistas Vera Daisy Barcellos, o ativista do software livre Marcelo Branco, a blogueira do Centro de Estudos Ambientais Cíntia Barenho, além de várias lideranças do governo e de lideranças estudantis e populares.
Abrindo o debate, Cristina Rodrigues lamentou que a mídia no Brasil não assuma seu posicionamento político. "O que vemos são veículos de imprensa falando mal do governo sem dizer que fazem oposição. O problema não é fazer oposição e sim se fazer passar por imparcial". Ao avaliar a concentração da comunicação no RS, classifica-a como ilegal: “O principal grupo de comunicação do setor atua de forma ilegal, desrespeitando a Constituição ao possuir 18 canais de televisão só no RS, jornais e rádios – inclusive uma rádio transmitindo o mesmo conteúdo em AM e FM, o que não é permitido – em todo o estado e em Santa Catarina”.

Miguel do Blog O Cafezinho, que recentemente em seu facebook disse que a presidenta Dilma deveria agradecer Edward Snowden por denunciar a espionagem estadunidense sobre o Brasil, lembrou que a smanifestações de junho no Rio de Janeiro foram essencialmente contra o governador Cabral e contra a mídia. "No entanto o monopólio midiático silenciou essa manifestação, que ficou invisível, não chegou no Congresso, não chegou no Poder público", avalia.
Finalizando a mesa de debate, o blogueiro e articulador nacional do Barão de Itararé pontuou que não há como tentar democratizar os veículos que exercem o monopólio hoje. "Não vamos conseguir democratizar os grandes grupos que estão aí. A disputa se dá na construção e fortalecimento dos nossos veículos de comunicação. Criando um sistema público que agregue TVs e rádios comunitárias, que fortaleça a blogosfera", defende. Para ele, a luta pela democracia na mídia atua hoje em três frentes: "a questão da neutralidade da rede, ou seja, garantir livre produção e circulação de informações na rede; a quebra do monopólio e o fortalecimento dos nossos instrumentos de comunicação.
E avalia que a democratização da mídia não avança porque existe uma visão eleitoreira de política. "Disputar a hegemonia não se resume a disputar o calendário eleitoral", defende ele. E na disputa da hegemonia a questão da mídia é central. Sobre espionagem lembra que a internet é uma via que está sendo disputada por interesses antagônicos. Lembrando o livro de Julian Assange que no livro Cypherpunks equipara a vigilância via internet a uma “ocupação militar”. Chegou a tal ponto, diz ele, que é como se cada um de nós tivesse “um soldado embaixo da cama”. Mesmo assim ele considera que é possivel fazer resistência na internet, lembra o papel da blogosfera, que denunciou o esquema de sonegação da Globo, por exemplo. "A blogosfera, contudo, exerce um papel de guerrilha, que fustiga, incomoda a mídia hegemônica, mas o monopólio tem um exército regular, que tem muita influência ainda na sociedade", afirma.
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