Veja mais fotos da confecção do Zine do Barão
segunda-feira, 30 de setembro de 2013
Loíze Aurélio faz primeiro Zine do Barão
A Relações Públicas Loíze Aguiar Aurélio elaborou ontem (29/09) Zine do Barão Gaúcho. Feito no improviso, em atividade cultural no Morro São José em porto Alegre/RS, Loíze foi registrando no papel recortes de jornal, desenhos e frases sobre a democratização da mídia e outros temas. "Vamos fomentar o debate?" escreveu ela, registrando pautas dos movimentos sociais. O zine deve circular na capital gaúcha e terá novas edições. "O interessante do zine é fazer coletivamente, uma forma coletiva de expressão que serve como oficina de comunicação", ressalta Loíze. A montagem do primeiro Zine ococrreu ao som da Banda do Bar do Escorpião, que sempre é atração cultural aos domingos da comunidade do São José na capital gaúcha.
"O jornalismo praticado no Brasil muitas vezes visa à desmoralização da política", declara Azenha
Luiz Carlos Azenha (na foto, de pé) concedeu entrevista a blogueira gaúcha Maiara Marinho |
Luiz Carlos Azenha é jornalista formado na Universidade de São Paulo (USP) pela Escola de Comunicações e Artes (ECA). Trabalhou com jornalismo esportivo e foi correspondente internacional pela Rede Manchete. Além de ter trabalhado em grandes veículos de comunicação como a Folha de S. Paulo, SBT, Rede Globo e - atualmente - Rede Record. Em meados de 2003, criou o blog Viomundo. - inicialmente hospedado no site Globo.com - pois suas reportagens não iam ao ar completas. Para suprir essa falta de informação, Azenha criou o blog. Suas divergências com a Rede Globo iniciaram em 2006, quando não considerou correta a postura da emissora diante as eleições daquele ano. Para o jornalista, a emissora tinha Partido Político e, sendo assim, defendia os seus interesses através do jornalismo. Em 2008, rompeu o contrato com a Rede Globo e foi para Washington. Lá, estudou a internet com o intuito de ampliar o seu blog nacionalmente. Segundo Azenha, o Viomundo faz crítica de mídia, é um blog de esquerda - ideologia que o representa -, tem conteúdos diferentes dos jornais tradicionais. Pois - afirma o jornalista - "no Brasil os jornais são conservadores. A Folha, o Estadão são jornais de direita. Conservadores." E, acrescenta: "Existe um grande grupo no Brasil que não é representado pela mídia". Ganhador de dois prêmios Vladimir Herzog, Azenha defende a democratização da comunicação.
Jornalismo Independente: O jornalismo como é feito no Brasil teria espaço em uma sociedade com conhecimento capaz de criticar a política coerentemente?
Luiz Carlos Azenha: O jornalismo praticado no Brasil muitas vezes
visa à desmoralização da política. Foca nos corruptos mas não nos
corruptores. Motivo? Os corruptores são muitas vezes os grandes
patrocinadores do jornalismo. Bancos, empreiteiras, empresas de
transporte e assim por diante. Desmoralizar a política é uma forma de
garantir o papel central da mídia no próprio jogo político. Da às
corporações midiáticas, por exemplo, o poder de barganha necessário à
aprovação ou rejeição de leis que beneficiem seus interesses. Sim,
porque a informação deixou de ser o produto principal das corporações
midiáticas, que ganham dinheiro em várias atividades "paralelas". Ter o
poder de barganha permite à Globo, por exemplo, obter benefícios em
todas as áreas e esferas do poder: municipal, estadual, federal,
Legislativo, Executivo, Judiciário. A mídia é parte da construção
oligárquica, basta ver quem são os políticos/empresários afiliados às
grandes empresas de comunicação. É uma espécie de conluio, uma panelinha
de poucos. Nesse sentido, talvez apenas o México tenha uma concentração
de poder midiático maior que o Brasil.
JI: As empresas de TV aberta apresentam a mesma perspectiva para a sociedade?
JI: As empresas de TV aberta apresentam a mesma perspectiva para a sociedade?
LCA: As empresas de TV aberta se distinguem dos grandes
conglomerados impressos (Folha/UOL/associados,
Estadão/Eldorado/associados, Veja/MTV/associados) pela completa ênfase
no entretenimento ou no que o jornalista José Arbex Jr. chamou de
showrnalismo. Nenhuma delas cumpre a Constituição no que diz respeito
aos conteúdos regionais, por exemplo. Como os capítulos da Constituição
de 1988 relativos à comunicação nunca foram regulamentados, ficam à
vontade para exercer a propriedade cruzada (quando uma mesma empresa tem
emissora de TV, rádio e jornal no mesmo mercado, o que em muitos países
é proibido por concentrar poder em apenas um grupo econômico).
JI: A televisão tem influência capaz para educar um cidadão?
LCA: Considerando o número de horas que o brasileiro passa por
dia diante da TV, sim. Educar ou deseducar. Pior que isso, a TV muitas
vezes promove ou reforça preconceitos, concorre para sexualizar
precocemente as crianças, promove o consumismo, enfatiza os valores de
um mundo individualista e baseado no dinheirismo.
JI: A censura é uma defesa ideológica não assumida nas grandes empresas de jornalismo?
JI: A censura é uma defesa ideológica não assumida nas grandes empresas de jornalismo?
LCA: As corporações da mídia, no Brasil, pretendem "pairar" sobre
a sociedade, como se não fizessem parte dela, nem interferissem nas
escolhas dos brasileiros em todos os campos. Comportam-se como árbitros,
como se a troca de canal no controle remoto fosse equivalente a uma
escolha feita em plebiscito ou eleição. Esquecem-se que o público só
pode escolher dentro de uma campo limitado de ofertas. Por isso, milhões
de jovens pretendem exercer suas próprias escolhas na internet. Ficaram
livres da ditadura da grade de programação, que ironicamente é mesmo
uma "grade" que faz prisioneiros. Estes mesmos jovens sabem que as
corporações de mídia são empresas com seus próprios interesses e fazem
escolhas de acordo com seus interesses. Mentem, distorcem e omitem e se
dizem "neutras".
JI: A Rede Record, o SBT, a Bandeirantes e a Rede Globo se diferenciam entre si em que aspecto especificamente?
JI: A Rede Record, o SBT, a Bandeirantes e a Rede Globo se diferenciam entre si em que aspecto especificamente?
LCA: A Globo foi gestada nos laboratórios da ditadura militar
como um veículo para promover a "integração nacional". A Globo
acompanhou a expansão da rede de microondas (antenas) da Embratel para
atingir todo o país. Foi beneficiada desde então por uma rede construída
com dinheiro público. Portanto, a Globo é um dos símbolos do que resta
da ditadura militar no Brasil e tem uma longa história de manipulações
políticas, na qual é imbatível em relação às concorrentes. A Globo
engole hoje quase 50% de todos os recursos publicitários do governo
federal.
JI: Com as manifestações a mídia independente tem a chance de se fixar capaz de ganhar confiança e espaço no país?
JI: Com as manifestações a mídia independente tem a chance de se fixar capaz de ganhar confiança e espaço no país?
LCA: Sim, por dois motivos: por mostrar muitas vezes ao vivo e
sem filtro os acontecimentos; por causa do cansaço dos jovens com o
formato do conteúdo dos meios tradicionais (formalismo dos repórteres,
por exemplo, quando a mídia livre é muito mais descontraída).
JI: O que você considera como depredação e vandalismo nas manifestações?
JI: O que você considera como depredação e vandalismo nas manifestações?
LCA: Os manifestantes argumentam que tudo está incluído na
política. Que as depredações e o vandalismo são formas de protestar, por
exemplo, contra o poder público ou o poder econômico que também cometem
crimes graves e amplos. Pessoalmente não acredito em manifestações
violentas ou destrutivas, mas acho necessário que os jornalistas olhem
também para os abusos do poder do estado, especialmente os cometidos
pela polícia. Esta violência às vezes explica (sem justificar) aquela.
JI: Você acredita que com a regulamentação dos meios de comunicação haverá pluralidade e democracia no jornalismo?
JI: Você acredita que com a regulamentação dos meios de comunicação haverá pluralidade e democracia no jornalismo?
LCA: A regulamentação é um dado da realidade em todos os países
desenvolvidos. Regulamenta-se a distribuição de gás, o transporte
público e a distribuição de energia elétrica. Todos são concessões
públicas. Portanto, por que não regulamentar as emissoras de rádio e TV,
que são concessões públicas? No Reino Unido o órgão regulador é o
Ofcom, que influi inclusive no conteúdo, além de ter poder para punir
quem fizer coberturas jornalísticas distorcidas. Notem que há uma
distinção clara: estamos falando das emissoras de rádio e TV.
Nada a ver com a imprensa escrita, os jornais e as revistas. Com a
regulamentação você pode exigir diversidade de conteúdo, diversidade
regional, coibir crimes jornalísticos (exemplo? Escola Base) e combater a
propriedade cruzada, aquela que permite à família Sarney, por exemplo,
ter a principal emissora de TV, de rádio e o principal jornal de São
Luís do Maranhão, através dos quais controla a política local.
JI: Quais as consequências sociais da distorção dos fatos e do jornalismo tendencioso?
LCA: As consequências são para a própria democracia, na medida em
que meia dúzia de famílias exercem sem moderação um poder para a qual
não foram eleitas. Escolhem pautas políticas, candidatos, assuntos que
devem ou não ser divulgados, influenciam em eleições e fazem pressão
sobre todos os poderes constituídos, em todas as esferas. Distorcem a
economia ao fazer campanhas pelo aumento da taxa de juros ou contra os
sindicatos. Atacam programas sociais e pregam a privataria. O que
reservam aos que discordam? Assassinatos de caráter, através dos quais
destroem reputações de juízes, delegados, senadores, deputados,
prefeitos e assim sucessivamente. Jornalismo investigativo de encomenda,
com reportagens para atacar adversários. Tudo isso distorce a
democracia, na medida em que meia dúzia de empresários falam com grande
força, enquanto milhões não tem voz (nem mesmo em rádios comunitárias,
pequenos jornais ou blogs), seja por falta de verbas publicitárias
(concentradas com os grandes), seja por falta de acesso (os grandes
meios se concentram no eixo Rio-São Paulo), seja por perseguição (a
Polícia Federal e a Anatel, provocadas por grandes emissores, atacam as
pequenas sob a alegação de que são piratas).
JI: Como modificar a estrutura “senso comum” na sociedade com o jornalismo?
JI: Como modificar a estrutura “senso comum” na sociedade com o jornalismo?
LCA: Educação.
Toda ação política é altamente educativa. Por exemplo, com o Projeto de
Iniciativa Popular do Forum Nacional pela Democratização da Mídia
pretendemos fazer com que o Congresso aprecie uma lei para regulamentar a
mídia eletrônica, que se encontra neste endereço. Dependemos das
assinaturas de todos:
sexta-feira, 27 de setembro de 2013
Moradora de Porto Alegre inicia jornal comunitário e conhece criador do Voz da comunidade no Alemão
Rene segura a segunda edição do jornal de Bianca. |
Por Rene Silva (rene@vozdascomunidades.com.br)
A sua primeira iniciativa começou quando ele tinha 11 anos em um projeto de criar um jornal para escola. Rene percebeu que fazer uma publicação havia resolvido os problemas da instituição. Então, foi dai que surgiu a ideia de fazer um jornal falando da comunidade. Com a ajuda da diretora ele conseguiu fazer o seu primeiro exemplar e dai em diante o seu próprio jornal, chamado Voz da Comunidade.O menino disse ainda que não foi por causa da criação do jornal que ele ficou conhecido. “Começaram a me ver mesmo após a ação de pacificação que ocorreu no Complexo do Alemão em 2010”, disse Rene.Através das contas do Twitter de Rene e do Jornal Voz da Comunidade ele conseguiu responder a todas as perguntas e informar aos que estavam de fora o que estava acontecendo dentro da comunidade. “Eu conseguia me comunicar com amigos e professores que estavam preocupados em saber como eu estava no meio daquele fogo cruzado. Foi então que jornalistas, formadores de opinião e artistas me seguiram e foram acompanhando tudo pela minha rede social e não somente pela televisão”, afirma o menino.
Conforme eram feitas as perguntas ele ia respondendo e foi a partir dai que seu Twitter teve uma influência maior. Ao responder as indagações, Rene conseguia deixar todos os que estavam de fora informados, inclusive a mídia que se espelhava no seu Twitter para repassar as noticias.
Foi então que o jornal Voz da Comunidade ficou conhecido em todo o Brasil como principal rede de comunicação dentro do Complexo do Alemão, pois foi através dele que todos conseguiram acompanhar o que estava acontecendo de verdade dentro da comunidade.
Hoje, aos 19 anos, Rene faz palestras e visitas por todo o país. Além de se comunicar através do Twitter, ele também desenvolve o seu trabalho pelo Facebook e por um portal de notícias da comunidade em que mora, informando os moradores sobre projetos sociais e problemas enfrentados no morro.
Bianca Oliveira de 19 anos enfrenta dificuldades para imprimir seu jornal, quem quiser colaborar pode entrar em contato através do facebook da menina que criou o jornal aos 13 anos com o objetivo de mostrar os problemas sociais da comunidade conhecida como Vila Gaúcha, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
Texto: Bianca Oliveira
Fonte: Voz das comunidades
Movimentos sociais do RS contra os leilões do petróleo e por mais democracia
Plenária representativa encaminha Ato contra os Leilões de Libra e por mais democracia |
"A síntese de tudo o que debatemos é com
quem fica o poder. Petróleo, mídia, reforma política. Temos que mostrar
para as pessoas que é uma discussão que envolve todo mundo, pois é uma
questão de definir para onde irá essa riqueza, quem decidirá e quem
fala", resumiu Renata Mendonça, do Coletivo de mídia Barão Gaúcho,
presente à Plenária Estadual dos Movimentos Sociais realizada na noite
de quinta-feira (26/9), no auditório da Fecosul, em Porto Alegre.
A
atividade reuniu cerca de 30 entidades de movimentos sociais e
populares com a pauta da avaliação dos informes da Plenária Nacional,
que colocou na agenda a luta contra o leilão do Campo de Libra, previsto
para 21 de outubro, pela reforma política com realização de plebiscito e
pela democracia na mídia. A plenária contou ainda com a presença do
ex-governador Olívio Dutra e do deputado federal Elvino Bohn Gass (PT). A
plenária foi conduzida por Waldir Bohn Gass, da CNBB, e Ana Carolina
Barbosa, da UBM.
Para
o Secretário de Juventude da CTB-RS, Igor Pereira, o fim dos leilões do
petróleo é uma reivindicação da pauta unitária das centrais sindicais e
movimentos populares. "Soma-se a uma luta por democracia e fundamenta
essa luta. O petróleo e o pré-sal são patrimônios do Brasil, são
riquezas que queremos que se materializem em educação e valorização do
trabalho. Mas a disputa dessa riqueza passa pela política e a mídia, uma
pauta tem a ver com outra", afirma. A secretária de Políticas Sociais
da CTB-RS, Izane Mathos, saudou a representatividade e caráter unitário
da Plenária. "Somente com unidade dos movimentos sociais poderemos
avançar nas mudanças", lembrou.
O
representante da Federação dos Petroleiros (FUP), Dary Beck Filho,
informou que haverá reunião do Comitê em Defesa do Petróleo no dia 4 de
outubro. Ficou definido que CUT, CTB, CGTB, MST, UNE, UGES e FMG
participarão da reunião, ficando as demais entidades convidadas a se
somar. O objetivo é planejar um Ato estadual contra o Leilão de Libra e por mais democracia,
que será realizado dia 17/10.
Veja mais fotos da Plenária dos Movimentos Sociais e Populares do Dia 26 de setembro
quinta-feira, 26 de setembro de 2013
Por que democratizar a comunicação?
Pixo com a frase célebre de Eduardo Galeano. (Fonte:web) |
Por Maiara Marinho*
Eu sempre
soube que a informação é transformadora, mas não imaginava que no Brasil
a comunicação é apenas um negócio que gira em torno dos interesses mais
desumanos e cretinos que se possa imaginar. Pois, a lógica é simples:
não importa como o lucro vai ser gerado, mas ele deve existir. Portanto,
independente das consequências que o oportunismo midiático cause na
sociedade e independente de o quanto isso pode ser destrutivo, o
jornalismo no Brasil vai evitar – o quanto puder – atender às
necessidades do povo.
Diante
todas as aberrações com as quais me deparei ao longo da construção do
meu conhecimento, as mais incompreensíveis são o comodismo e o
conformismo exacerbado. Como pode uma parcela da sociedade considerar
inviável modificar a estrutura capitalista sem ao menos tentar? É claro
que é mais fácil deixar as coisas como estão e se adaptar, mas não
necessariamente o que é mais fácil é o melhor. Por isso, critico
veementemente os estudantes de jornalismo que veem a possibilidade de
trabalhar nas empresas de comunicação reacionárias na tentativa de levar
pautas transformadoras. A partir dessa revelação me pergunto se a
transformação que procuram é a da empresa ou a da sociedade. E, me
atrevo a dizer, que nem uma nem outra serão possíveis se pautadas em um
veículo de comunicação representado pela direita.
Se existe
realmente um interesse em modificar o jornalismo no país que seja feito
radicalmente, isto é, comunicando nos meios alternativos e/ou lutando
pela democratização da mídia.
A educação
é a ponte para a transformação social. Mas, o que é a comunicação
senão conhecimento através da informação? Reconheço que as mudanças
necessárias acontecerão ao longo do tempo paralelo à militância e à
dedicação que para ela é dada. Mas entendo que tais mudanças começarão a
partir do momento em que houver pluralidade na comunicação. Pois, com
isso, é possível mostrar o lado da esquerda e o lado da direita. O lado
de quem defende o feminismo, a liberdade de escolha e o lado do
conservadorismo. Com a pluralidade é possível levantar questionamentos,
oferecer informações contextualizadas de fato. Sendo assim, pode-se
excluir um dos conceitos mais debatidos no jornalismo: imparcialidade.
Alguns
jornalistas já questionados sobre a imparcialidade na profissão disseram
que em parte a imparcialidade não existe, mas que ela é necessária.
Como acho improvável que uma empresa vá abordar os dois lados ou três –
seja lá quantos lados forem – e ser plural, considero que a
imparcialidade é um conceito usado para manter os estudantes de
jornalismo imunes a qualquer sentimento de transformação social através
do jornalismo. Portanto, não vejo problema algum em uma empresa de
comunicação ser parcial – apesar de saber que assim já é -. Pois, sendo
assim, fica mais claro saber para quem ela comunica. O que questiono é a
falta de pluralidade na comunicação. Ao saber que a mídia tradicional
comunica a favor de um grupo político, observo claramente uma mudança
significativa na sociedade com a mídia alternativa tendo o mesmo espaço
que a tradicional. Porém, comunicando para a população pobre, negra e
feminina.
O artigo
54 da Constituição Federal de 1988 proíbe que Deputados e Senadores
sejam proprietários ou diretores de canais de TV e rádio. No entanto,
segundo o site Donos da mídia,
271 políticos são sócios ou diretores de 324 veículos de comunicação. E
os partidos políticos – mesmo que com as siglas diferentes – que
apresentam a mesma perspectiva: PSDB, PMDB, PL, DEM. As renovações e
autorizações às concessões são feitas pelo Executivo e o governo se
defende dizendo que uma concessão só pode ser renovada por decisão
judicial. Portanto, lhes pergunto: há possibilidade de modificar a
maneira de comunicar no Brasil sem ações radicais?
*Estudante de jornalismo na Universidade Federal de Pelotas (UFPel)
Fonte: Revista O Viés
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
Lançamento lotado e com debate de nível
O auditório do Sindicato dos Bancários ficou lotado para o lançamento do núcleo gaúcho do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé nesta segunda-feira (16). Criado em 2011, o Centro Barão de Itararé é uma iniciativa de veículos da mídia progressista e de entidades que lutam pela democratização da comunicação, maior pluralidade e diversidade informativa e cultural no país. Em 2013, vários núcleos estaduais estão sendo formados com o objetivo de ampliar esse movimento e articular blogueiros, jornalistas, comunicadores populares e ativistas digitais de todo o Brasil.
No lançamento da seção gaúcha do Centro houve um debate reunindo os blogueiros Altamiro Borges (Blog do Miro), Cristina Rodrigues do Gabinete Digital do Governo do RS, Miguel do Rosário (Blog O Cafezinho e Marco Weissheimer do Blog RS Urgente. Sob o tema "A espionagem e a Ditadura da Mídia", o debate ocorreu no mesmo local onde um pouco antes foi lançado um telejornal congregando as TVs Comunitárias do RS. O lançamento foi prestigiado com a presença de Eliane Silveira, do Fórum Nacional de Democratização da Comunicação (FNDC), Marcelo Nepomuceno da Secretaria de Comunicação do governo do RS, o deputado estadual do PCdoB RS Raul Carrion, a Diretora do Sindicato dos Jornalistas Vera Daisy Barcellos, o ativista do software livre Marcelo Branco, a blogueira do Centro de Estudos Ambientais Cíntia Barenho, além de várias lideranças do governo e de lideranças estudantis e populares.
Abrindo o debate, Cristina Rodrigues lamentou que a mídia no Brasil não assuma seu posicionamento político. "O que vemos são veículos de imprensa falando mal do governo sem dizer que fazem oposição. O problema não é fazer oposição e sim se fazer passar por imparcial". Ao avaliar a concentração da comunicação no RS, classifica-a como ilegal: “O principal grupo de comunicação do setor atua de forma ilegal, desrespeitando a Constituição ao possuir 18 canais de televisão só no RS, jornais e rádios – inclusive uma rádio transmitindo o mesmo conteúdo em AM e FM, o que não é permitido – em todo o estado e em Santa Catarina”.
Já o blogueiro Marco Weissheimer lembrou a importância do tema da democratização da mídia sair de círculos restritos e virar debate de domínio público. "O debate sobre a democratização da mídia não deve ficar restrito aos jornalistas e profissionais de mídia. É nosso dever levar esse debate para a sociedade e transformá-lo em algo que as pessoas entendam, porque isso diz respeito a vida de todos os cidadãos", pontua. E a respeito da espionagem, lembra que pela internet são os próprios cidadãos que acabam entregando dados pessoais. "A alta tecnologia da espionagem global somos nós mesmos, não satélites espiões, nem raios invisíveis. Nós estamos entregando diariamente nossos correios, nossos segredos, as fotos e os nomes de nossos filhos e irmãos, de nossos amigos, o que comemos, onde vamos, com quem vamos, tudo isso envolto em um papel de presente transparente", afirma. Ele argumenta que ao se inscrever no Facebook ou Google, o usuário autoriza o armazenamento de informações no território norte-americano, que o utiliza de acordo com seus interesses. Para ele, os cidadões digitais estão "dispostos a fazer de suas vidas, e a de seus amigos, familiares e colegas de trabalho ou de estudo, um livro absolutamente aberto".
Miguel do Blog O Cafezinho, que recentemente em seu facebook disse que a presidenta Dilma deveria agradecer Edward Snowden por denunciar a espionagem estadunidense sobre o Brasil, lembrou que a smanifestações de junho no Rio de Janeiro foram essencialmente contra o governador Cabral e contra a mídia. "No entanto o monopólio midiático silenciou essa manifestação, que ficou invisível, não chegou no Congresso, não chegou no Poder público", avalia.
Finalizando a mesa de debate, o blogueiro e articulador nacional do Barão de Itararé pontuou que não há como tentar democratizar os veículos que exercem o monopólio hoje. "Não vamos conseguir democratizar os grandes grupos que estão aí. A disputa se dá na construção e fortalecimento dos nossos veículos de comunicação. Criando um sistema público que agregue TVs e rádios comunitárias, que fortaleça a blogosfera", defende. Para ele, a luta pela democracia na mídia atua hoje em três frentes: "a questão da neutralidade da rede, ou seja, garantir livre produção e circulação de informações na rede; a quebra do monopólio e o fortalecimento dos nossos instrumentos de comunicação.
E avalia que a democratização da mídia não avança porque existe uma visão eleitoreira de política. "Disputar a hegemonia não se resume a disputar o calendário eleitoral", defende ele. E na disputa da hegemonia a questão da mídia é central. Sobre espionagem lembra que a internet é uma via que está sendo disputada por interesses antagônicos. Lembrando o livro de Julian Assange que no livro Cypherpunks equipara a vigilância via internet a uma “ocupação militar”. Chegou a tal ponto, diz ele, que é como se cada um de nós tivesse “um soldado embaixo da cama”. Mesmo assim ele considera que é possivel fazer resistência na internet, lembra o papel da blogosfera, que denunciou o esquema de sonegação da Globo, por exemplo. "A blogosfera, contudo, exerce um papel de guerrilha, que fustiga, incomoda a mídia hegemônica, mas o monopólio tem um exército regular, que tem muita influência ainda na sociedade", afirma.
No lançamento da seção gaúcha do Centro houve um debate reunindo os blogueiros Altamiro Borges (Blog do Miro), Cristina Rodrigues do Gabinete Digital do Governo do RS, Miguel do Rosário (Blog O Cafezinho e Marco Weissheimer do Blog RS Urgente. Sob o tema "A espionagem e a Ditadura da Mídia", o debate ocorreu no mesmo local onde um pouco antes foi lançado um telejornal congregando as TVs Comunitárias do RS. O lançamento foi prestigiado com a presença de Eliane Silveira, do Fórum Nacional de Democratização da Comunicação (FNDC), Marcelo Nepomuceno da Secretaria de Comunicação do governo do RS, o deputado estadual do PCdoB RS Raul Carrion, a Diretora do Sindicato dos Jornalistas Vera Daisy Barcellos, o ativista do software livre Marcelo Branco, a blogueira do Centro de Estudos Ambientais Cíntia Barenho, além de várias lideranças do governo e de lideranças estudantis e populares.
Abrindo o debate, Cristina Rodrigues lamentou que a mídia no Brasil não assuma seu posicionamento político. "O que vemos são veículos de imprensa falando mal do governo sem dizer que fazem oposição. O problema não é fazer oposição e sim se fazer passar por imparcial". Ao avaliar a concentração da comunicação no RS, classifica-a como ilegal: “O principal grupo de comunicação do setor atua de forma ilegal, desrespeitando a Constituição ao possuir 18 canais de televisão só no RS, jornais e rádios – inclusive uma rádio transmitindo o mesmo conteúdo em AM e FM, o que não é permitido – em todo o estado e em Santa Catarina”.
Já o blogueiro Marco Weissheimer lembrou a importância do tema da democratização da mídia sair de círculos restritos e virar debate de domínio público. "O debate sobre a democratização da mídia não deve ficar restrito aos jornalistas e profissionais de mídia. É nosso dever levar esse debate para a sociedade e transformá-lo em algo que as pessoas entendam, porque isso diz respeito a vida de todos os cidadãos", pontua. E a respeito da espionagem, lembra que pela internet são os próprios cidadãos que acabam entregando dados pessoais. "A alta tecnologia da espionagem global somos nós mesmos, não satélites espiões, nem raios invisíveis. Nós estamos entregando diariamente nossos correios, nossos segredos, as fotos e os nomes de nossos filhos e irmãos, de nossos amigos, o que comemos, onde vamos, com quem vamos, tudo isso envolto em um papel de presente transparente", afirma. Ele argumenta que ao se inscrever no Facebook ou Google, o usuário autoriza o armazenamento de informações no território norte-americano, que o utiliza de acordo com seus interesses. Para ele, os cidadões digitais estão "dispostos a fazer de suas vidas, e a de seus amigos, familiares e colegas de trabalho ou de estudo, um livro absolutamente aberto".
Miguel do Blog O Cafezinho, que recentemente em seu facebook disse que a presidenta Dilma deveria agradecer Edward Snowden por denunciar a espionagem estadunidense sobre o Brasil, lembrou que a smanifestações de junho no Rio de Janeiro foram essencialmente contra o governador Cabral e contra a mídia. "No entanto o monopólio midiático silenciou essa manifestação, que ficou invisível, não chegou no Congresso, não chegou no Poder público", avalia.
Finalizando a mesa de debate, o blogueiro e articulador nacional do Barão de Itararé pontuou que não há como tentar democratizar os veículos que exercem o monopólio hoje. "Não vamos conseguir democratizar os grandes grupos que estão aí. A disputa se dá na construção e fortalecimento dos nossos veículos de comunicação. Criando um sistema público que agregue TVs e rádios comunitárias, que fortaleça a blogosfera", defende. Para ele, a luta pela democracia na mídia atua hoje em três frentes: "a questão da neutralidade da rede, ou seja, garantir livre produção e circulação de informações na rede; a quebra do monopólio e o fortalecimento dos nossos instrumentos de comunicação.
E avalia que a democratização da mídia não avança porque existe uma visão eleitoreira de política. "Disputar a hegemonia não se resume a disputar o calendário eleitoral", defende ele. E na disputa da hegemonia a questão da mídia é central. Sobre espionagem lembra que a internet é uma via que está sendo disputada por interesses antagônicos. Lembrando o livro de Julian Assange que no livro Cypherpunks equipara a vigilância via internet a uma “ocupação militar”. Chegou a tal ponto, diz ele, que é como se cada um de nós tivesse “um soldado embaixo da cama”. Mesmo assim ele considera que é possivel fazer resistência na internet, lembra o papel da blogosfera, que denunciou o esquema de sonegação da Globo, por exemplo. "A blogosfera, contudo, exerce um papel de guerrilha, que fustiga, incomoda a mídia hegemônica, mas o monopólio tem um exército regular, que tem muita influência ainda na sociedade", afirma.
Veja mais fotos do lançamento
sexta-feira, 13 de setembro de 2013
Sérgio Amadeu convida para lançamento de Barão Gaúcho
"Esse é um momento crucial da luta em defesa da internet livre e mais um núcleo do Centro de Estudos da Mídia Barão de Itararé soma a essa grande luta". Confira a chamada do Sergio Amadeu e saiba mais sobre o Marco Civil da Internet. Participe do Debate A Espionagem e a Ditadura da Mídia.
Para assistir o vídeo clique aqui |
Eliane Silveira do FNDC convida para lançamento do Barão Gaucho
Para assistir o vídeo clique aqui |
quarta-feira, 11 de setembro de 2013
PL das mídias é aprovado na Comissão de Constituição e Justiça
Do Gabinete do deputado Aldacir Oliboni:
O
PL 159/2012 que institui a Política estadual de Incentivo às Mídias
Locais e Regionais, de autoria do deputado Aldacir Oliboni (PT), foi
aprovado por unanimidade na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da
Assembleia Legislativa, na manhã desta terça-feira (10).
O
parecer favorável reforça a constitucionalidade do PL, baseado no
artigo 222 da Constituição Federal que versa sobre o caráter
regionalizado e diversificado que a estrutura de comunicação deve ter no
Brasil – o que ainda não está regulamentado.
“Agradecemos
a sensibilidade dos colegas desta Comissão em reconhecer a importância
do Projeto e, mais do que isso, da vida dos veículos de comunicação do
interior do Estado. Pode não ser muito, não ser o ideal, mas temos
certeza de que é o início de uma caminhada e a colaboração para uma
mídia mais democrática”, argumenta Oliboni.
O
parecer aprovado na CCJ é de autoria do deputado Jorge Pozzobon (PSDB).
Na ocasião, também foi feita sugestão de emenda ao Projeto, por parte
do deputado João Fischer (PP) para que as empresas de comunicação que
recebem verbas públicas para publicidade disponibilizem as informações
sobre estes recursos em um portal de transparência ou algo do gênero.
Além disso, outras emendas deverão ser consideradas, como observa
Oliboni. “A partir do diálogo com os diferentes segmentos ligados à
comunicação, colhemos sugestões e iremos articular emendas que aumentem o
percentual sugerido para 20% ou 30% e também acrescentarmos ao rol de
veículos os de caráter comunitário”, explica o parlamentar.
O PROJETO -
A iniciativa fortalece os pequenos veículos de comunicação, destinando
percentual não inferior a dez por cento da receita anual de publicidade
dos Poderes do Estado. A proposta também amplia a transparência na
Administração Pública, fortalece os pequenos veículos de comunicação e
democratiza o fluxo das informações direcionadas à população.
A
legislação contempla periódicos, jornais e revistas impressas, com
tiragem entre dois mil e vinte mil exemplares editados sob
responsabilidade de empresário individual, micro e pequenas empresas e
veículos de radiofusão local, devidamente habilitados em conformidade
com a legislação brasileira. O PL segue agora para demais comissões
temáticas da Casa.
Fonte: Jornalismo B
Altamiro Borges convida para participar do Barão Gaucho
O jornalista Altamiro Borges, articulador do Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé, convida para participar do núcleo gaúcho do Barão, cujo lançamento será dia 16 de setembro no Debate A Espionagem e a Ditadura da Mídia. Veja o vídeo do convite abaixo:
Para assistir o vídeo clique aqui |
domingo, 8 de setembro de 2013
Exclusão da mídia e da política foram as mais sentidas no 19º Grito dos Excluídos
Na manhã deste 7 de setembro, dia da Independência do Brasil, diversos movimentos sociais se reuniam no Largo
Glênio Peres. Entre outras pautas, reivindicavam a
democratização da comunicação, a reforma política e a punição dos
torturadores da Ditadura Militar.
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Por volta das 10 horas, os movimentos
sociais começaram sua passeata rumo à Loureiro da Silva. Eles
permaneceram no Largo dos Açorianos gritando palavras de ordem que
pediam, principalmente, a democratização dos meios de comunicação e a reforma política. João
Herminio Marques, membro do movimento A Marighella, explicou que o
protesto Independência ou Globo foi organizado porque o movimento
entende que “a Globo seja a morte da comunicação, da política e da
consciência popular”. Durante a manifestação também foi entoada a música "Dilma democratiza essa mídia", paródia de "Sociedade Alternativa" de Rau Seixas feita pela juventude da CTB pela aprovação do projeto de lei de iniciativa popular que garanta pluralidade e diversidade na mídia.
Igor Pereira, secretário de juventude da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB/RS), entende que "o sistema de representação política existente foi posto em xeque por não representar efetivamente mulheres, trabalhadores e jovens que são a maioria do povo brasileiro", por isso os movimentos defendem "uma reforma política que combata a corrupção vinda principalmente do fianciamento privado e promova maior participação popular".
Além disso, também foram apresentadas
diversas outras demandas como a
reforma agrária, 10% do PIB pra educação
e mais investimentos na saúde pública. O médico formado em Cuba e
integrante do MST, Marcos Tiaraju, que estava participando do ato, falou
sobre a vinda dos médicos estrangeiros: “Estamos encampando, junto com
os demais movimentos sociais a defesa do programa Mais Médicos, a vinda
dos médicos estrangeiros, principalmente dos cubanos, que estão sendo
rechaçados pelos Conselhos de Medicina do Brasil”.
Após o final do desfile, os manifestantes
puderam entrar na avenida onde antes ele estava acontecendo, no entanto,
durante cerca de dez minutos, foram impedidos pela Brigada Militar de
continuar com a passeata enquanto as autoridades não deixassem o local.
Após serem liberados para seguir, os militantes avançavam de forma
tranquila e gritando palavras de ordem quando passaram por um grupo que
estava nas arquibancadas do desfile e que, vestidos com camisetas com a
bandeira do Brasil, seguravam faixas quem pediam “intervenção militar
já!”. Nesse momento, houve tensão e os dois grupos discutiram
fortemente, a Brigada Militar precisou se colocar entre eles. Os
manifestantes que seguiam pela Loureiro da Silva começaram a cantar
músicas que lembravam os crimes da Ditadura e, após alguns minutos, a
passeata dos movimentos sociais prosseguiu. O protesto foi encerrado por
volta do meio dia na esquina com a rua José do Patrocínio.
Adaptado de Alexandre Haubrich de Jornalismo B
Veja mais fotos do 19º Grito dos Excluídos
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