quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

A espionagem, a segurança e o capitalismo

 


O debate acerca das denúncias de espionagem norte-americana pelo mundo afora trouxe à tona um universo distante da nossa realidade. Um debate que todos achavam restrito aos filmes e à ficção.
Entretanto a espionagem, a sabotagem e a manipulação de foros internacionais existem.
As denúncias de Edward Snowden mostram que o ímpeto americano de tentar subjugar todos os países aos seus interesses vai muito além das iniciativas e medidas diplomáticas, políticas e econômicas.
O planeta assiste desde o final da segunda guerra, o crescimento exponencial da máquina militar estadunidense, que permite a este país estar presente em praticamente todos os conflitos, direta ou indiretamente.
Mas longe da ostentação belicista fomentada pela guerra fria, cresceu também um poderio imenso nas ações de inteligência.
O conjunto de agências norte-americanas de inteligência, que incluem as famosas CIA e NSA, se transformou em um estado paralelo alimentado pelo medo e com carta branca para realizar tudo: apoio e organização de golpes de estado, assassinatos seletivos, grampos, interceptações, sequestros e toda sorte de ilegalidades contra o mundo e também contra os norte-americanos.

Mas como fica o Brasil nisso?

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Internet livre sempre, censura nunca, marco civil já!

Diversos movimentos sociais e coletivos preparam uma série de ações para defender um projeto de lei para o Marco Civil da Internet que contenha a neutralidade de rede, a privacidade do usuário e a liberdade de expressão. O texto foi elaborado colaborativamente por voluntários, que também lançam nesta semana o site www.marcocivil.org.br. Abaixo, a íntegra. Para assinar o manifesto, clique aqui.

MANIFESTO INTERNET LIVRE SEMPRE, CENSURA NUNCA, MARCO CIVIL JÁ!

A Internet está ameaçada. Vivemos o confronto entre os que a concebem apenas como um lucrativo modelo de negócios e aqueles que a defendem como uma rede preciosa à criação colaborativa, à liberdade de expressão, à mobilização social e ao fortalecimento de diversos direitos fundamentais como a comunicação, a cultura e o acesso à informação. O Marco Civil da Internet é elemento crucial nessa defesa.

Seu texto foi construído em consulta pública inédita na rede, tendo recebido mais de 2000 contribuições envolvendo academia, governo, empresas, entidades e movimentos civis. Conhecido internacionalmente como um dos projetos mais avançados nessa área, é exemplo admirado de construção de uma Carta de Princípios. Foi formalmente apresentado como projeto de lei em agosto de 2011 e desde então ficou parado na Câmara dos Deputados. Porém, graças às recentes denúncias de espionagem reveladas por Edward Snowden, o Marco Civil passou a tramitar em regime de urgência e terá que ser votado ainda neste mês de outubro.

Os principais entraves à sua aprovação são os interesses das grandes empresas de telecomunicações. As operadoras querem a autorização legal para monitorar, filtrar e bloquear as aplicações e mensagens que trocamos online, a fim de prever nosso comportamento na rede para criar dificuldades e vender facilidades na nossa navegação. Porém, a NEUTRALIDADE DA REDE, garantida no Marco Civil, impede esse tipo de prática das operadoras, proibindo interferências indevidas no fluxo de dados e proibindo a discriminação ou privilégio de informações por razões comerciais ou quaisquer outras que não sejam meramente técnicas. [A neutralidade da rede é um dos pilares do Marco Civil e nada mais é do que a forma como navegamos hoje na internet, onde todas as informações que trafegam são tratadas da mesma forma e com a mesma velocidade.

O projeto de lei assegura ainda importante regra para a PRIVACIDADE: as empresas de telecomunicações não podem guardar os dados de navegação dos usuários, o que lhes daria o mapa completo do que cada um faz na rede para vender a anunciantes e repassar a terceiros.

Além das garantias acima é necessário que a lei garanta também a LIBERDADE DE EXPRESSÃO. O poderoso lobby da indústria de direitos autorais quer a todo custo corromper o texto do Marco Civil para proteger o seu modelo de negócios e esse lobby está surtindo efeito. A recente inclusão do 2º parágrafo do artigo 15 é prova disso, ele criou brechas para a retirada de conteúdo sem ordem judicial, o que privilegia acordos secretos entre essa indústria e os provedores, dando a eles, agentes privados, o poder de definir se um conteúdo é infringente ou não, o que deveria caber à Justiça. Esse é o caminho mais fácil para a censura privada, ferindo a LIBERDADE DE EXPRESSÃO.

Defendemos, portanto, a aprovação do Marco Civil da Internet comprometido com a integridade dos três princípios fundamentais acima citados: NEUTRALIDADE DA REDE, PRIVACIDADE e LIBERDADE DE EXPRESSÃO.
PELA LIBERDADE DE EXPRESSÃO, DIVERSIDADE E PRIVACIDADE NA INTERNET!
CONTRA A CENSURA E BLOQUEIO DO COMPARTILHAMENTO DE ARQUIVOS!
EM DEFESA DA NEUTRALIDADE DA REDE!

INTERNET LIVRE SEMPRE, CENSURA NUNCA, MARCO CIVIL DA INTERNET JÁ!
Organizações/coletivos/movimentos que assinaram até 7 de outubro:
Grupo Marco Civil Já – www.marcocivil.org.br
Intervozes
FNDC
IDEC - Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor – www.idec.org.br
Barão de Itararé
Interagentes
Aquario Centro Cultural – www.aquario.tv
Mídia Ninja
Matilha Cultural - SP – www.matilhacultural.com.br
Existe Amor em SP
Advogados Ativistas – www.facebook.com/advogadosativistas
UFES / LABIC – ES – http://labic.net
Coletivo Soylocoporti – www.soylocoporti.org.br
Coletivo Arrua
Coletivo OCUPE A MÍDIA
Coletivo Casadalapa - SP
Coletivo Nós, Temporários - BH

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Tarso diz que mídia tem posição política e jornalista ri. Qual é a graça?

Em entrevista a Roda Viva, governador Tarso Genro disse que "maioria da mídia atravessa suas conviccções através do processo informativo". Jornalista riu como se ouvisse um disparate. Será?
O governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro foi o entrevistado desta segunda-feira (7) do programa Roda Viva, da TV Cultura. Temas do seu governo e o da Dilma Rousseff, eleições, foram abordados na mesa-redonda comandada pelo jornalista Augusto Nunes. Para ver a íntegra da entrevista, clique aqui.


Acompanhe a transcrição do "duelo", ainda que curto, entre o jornalista Augusto Nunes e o governador entrevistado, sobre a questão da mídia. Em debate, o posicionamento ideológico e político da mídia. Quem levou a melhor? Quem tem a razão?

Augusto Nunes: O senhor usou agora há pouco a expressão "cerco midiático". O senhor aplicou a expressão "massacre midiático" ao caso Battisti. o senhor até disse que alguns colunistas falsificaram a realidade de comum acordo com um governo mafioso, corrupto e desmoralizado da Itália. Por que o senhor só aplica essa expressão quando o governo perde?

Tarso Genro: Não, inclusive no caso Battisti eu não perdi. E o Berlusconi está na cadeia, efetivamente é um mafioso.

Augusto Nunes: Eu vou reformular a minha pergunta que está equivocada. Quando o senhor acha que há alguma conspiração contra o governo. Existe tanta conspiração assim?

Tarso Genro: Sinceramente Augusto, eu não trabalho com essas categorias de conspiração. Eu acho que o que existe é uma luta política de concepções, onde uma parte da mídia e a maioria da mídia atravessa suas conviccções através de um processo informativo, através dos artigos, através da interpretação das notícias, e seria estranho se nós não tivéssemos o direito de nos defender e dizer que essa visão é comprometida ideologicamente a partir de uma determinada visão, a partir de uma determinada concepção de mundo. Seria estranho se a mídia não tivesse posição política né?

Augusto Nunes:
De um lado e de outro

Tarso Genro: Eu diria predominantemente contra nós.

Augusto Nunes:
(Risos) O senhor acha?

Tarso Genro: Não acho, eu testo isso na própria pele.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Loíze Aurélio faz primeiro Zine do Barão

A Relações Públicas Loíze Aguiar Aurélio elaborou ontem (29/09) Zine do Barão Gaúcho. Feito no improviso, em atividade cultural no Morro São José em porto Alegre/RS, Loíze foi registrando no papel recortes de jornal, desenhos e frases sobre a democratização da mídia e outros temas. "Vamos fomentar o debate?" escreveu ela, registrando pautas dos movimentos sociais. O zine deve circular na capital gaúcha e terá novas edições. "O interessante do zine é fazer coletivamente, uma forma coletiva de expressão que serve como oficina de comunicação", ressalta Loíze. A montagem do primeiro Zine ococrreu ao som da Banda do Bar do Escorpião, que sempre é atração cultural aos domingos da comunidade do São José na capital gaúcha.

Veja mais fotos da confecção do Zine do Barão




"O jornalismo praticado no Brasil muitas vezes visa à desmoralização da política", declara Azenha

Luiz Carlos Azenha (na foto, de pé) concedeu entrevista a blogueira gaúcha Maiara Marinho
Leia na íntegra a entrevista do jornalista Luiz Carlos Azenha concedida a Maiara Marinho e publicada no seu blog originalmente em 18 de julho de 2013. Interessante documento para quem se dedica a democratização da comunicação. 

 Luiz Carlos Azenha é jornalista formado na Universidade de São Paulo (USP) pela Escola de Comunicações e Artes (ECA). Trabalhou com jornalismo esportivo e foi correspondente internacional pela Rede Manchete. Além de ter trabalhado em grandes veículos de comunicação como a Folha de S. Paulo, SBT, Rede Globo e - atualmente - Rede Record. Em meados de 2003, criou o blog Viomundo. - inicialmente hospedado no site Globo.com - pois suas reportagens não iam ao ar completas. Para suprir essa falta de informação, Azenha criou o blog. Suas divergências com a Rede Globo iniciaram em 2006, quando não considerou correta a postura da emissora diante as eleições daquele ano. Para o jornalista, a emissora tinha Partido Político e, sendo assim, defendia os seus interesses através do jornalismo. Em 2008, rompeu o contrato com a Rede Globo e foi para Washington. Lá, estudou a internet com o intuito de ampliar o seu blog nacionalmente. Segundo Azenha, o Viomundo faz crítica de mídia, é um blog de esquerda - ideologia que o representa -, tem conteúdos diferentes dos jornais tradicionais. Pois - afirma o jornalista - "no Brasil os jornais são conservadores. A Folha, o Estadão são jornais de direita. Conservadores." E, acrescenta: "Existe um grande grupo no Brasil que não é representado pela mídia". Ganhador de dois prêmios Vladimir Herzog, Azenha defende a democratização da comunicação.

Jornalismo Independente: O jornalismo como é feito no Brasil teria espaço em uma sociedade com conhecimento capaz de criticar a política coerentemente?



Luiz Carlos Azenha: O jornalismo praticado no Brasil muitas vezes visa à desmoralização da política. Foca nos corruptos mas não nos corruptores. Motivo? Os corruptores são muitas vezes os grandes patrocinadores do jornalismo. Bancos, empreiteiras, empresas de transporte e assim por diante. Desmoralizar a política é uma forma de garantir o papel central da mídia no próprio jogo político. Da às corporações midiáticas, por exemplo, o poder de barganha necessário à aprovação ou rejeição de leis que beneficiem seus interesses. Sim, porque a informação deixou de ser o produto principal das corporações midiáticas, que ganham dinheiro em várias atividades "paralelas". Ter o poder de barganha permite à Globo, por exemplo, obter benefícios em todas as áreas e esferas do poder: municipal, estadual, federal, Legislativo, Executivo, Judiciário. A mídia é parte da construção oligárquica, basta ver quem são os políticos/empresários afiliados às grandes empresas de comunicação. É uma espécie de conluio, uma panelinha de poucos. Nesse sentido, talvez apenas o México tenha uma concentração de poder midiático maior que o Brasil.


JI: As empresas de TV aberta apresentam a mesma perspectiva para a sociedade? 

LCA: As empresas de TV aberta se distinguem dos grandes conglomerados impressos (Folha/UOL/associados, Estadão/Eldorado/associados, Veja/MTV/associados) pela completa ênfase no entretenimento ou no que o jornalista José Arbex Jr. chamou de showrnalismo. Nenhuma delas cumpre a Constituição no que diz respeito aos conteúdos regionais, por exemplo. Como os capítulos da Constituição de 1988 relativos à comunicação nunca foram regulamentados, ficam à vontade para exercer a propriedade cruzada (quando uma mesma empresa tem emissora de TV, rádio e jornal no mesmo mercado, o que em muitos países é proibido por concentrar poder em apenas um grupo econômico).

JI: A televisão tem influência capaz para educar um cidadão?

LCA: Considerando o número de horas que o brasileiro passa por dia diante da TV, sim. Educar ou deseducar. Pior que isso, a TV muitas vezes promove ou reforça preconceitos, concorre para sexualizar precocemente as crianças, promove o consumismo, enfatiza os valores de um mundo individualista e baseado no dinheirismo.


JI: A censura é uma defesa ideológica não assumida nas grandes empresas de jornalismo?

LCA: As corporações da mídia, no Brasil, pretendem "pairar" sobre a sociedade, como se não fizessem parte dela, nem interferissem nas escolhas dos brasileiros em todos os campos. Comportam-se como árbitros, como se a troca de canal no controle remoto fosse equivalente a uma escolha feita em plebiscito ou eleição. Esquecem-se que o público só pode escolher dentro de uma campo limitado de ofertas. Por isso, milhões de jovens pretendem exercer suas próprias escolhas na internet. Ficaram livres da ditadura da grade de programação, que ironicamente é mesmo uma "grade" que faz prisioneiros. Estes mesmos jovens sabem que as corporações de mídia são empresas com seus próprios interesses e fazem escolhas de acordo com seus interesses. Mentem, distorcem e omitem e se dizem "neutras".


JI: A Rede Record, o SBT, a Bandeirantes e a Rede Globo se diferenciam entre si em que aspecto especificamente?

LCA: A Globo foi gestada nos laboratórios da ditadura militar como um veículo para promover a "integração nacional". A Globo acompanhou a expansão da rede de microondas (antenas) da Embratel para atingir todo o país. Foi beneficiada desde então por uma rede construída com dinheiro público. Portanto, a Globo é um dos símbolos do que resta da ditadura militar no Brasil e tem uma longa história de manipulações políticas, na qual é imbatível em relação às concorrentes. A Globo engole hoje quase 50% de todos os recursos publicitários do governo federal.


JI: Com as manifestações a mídia independente tem a chance de se fixar capaz de ganhar confiança e espaço no país?

LCA: Sim, por dois motivos: por mostrar muitas vezes ao vivo e sem filtro os acontecimentos; por causa do cansaço dos jovens com o formato do conteúdo dos meios tradicionais (formalismo dos repórteres, por exemplo, quando a mídia livre é muito mais descontraída).


JI: O que você considera como depredação e vandalismo nas manifestações?

LCA: Os manifestantes argumentam que tudo está incluído na política. Que as depredações e o vandalismo são formas de protestar, por exemplo, contra o poder público ou o poder econômico que também cometem crimes graves e amplos. Pessoalmente não acredito em manifestações violentas ou destrutivas, mas acho necessário que os jornalistas olhem também para os abusos do poder do estado, especialmente os cometidos pela polícia. Esta violência às vezes explica (sem justificar) aquela.


JI: Você acredita que com a regulamentação dos meios de comunicação haverá pluralidade e democracia no jornalismo?

LCA: A regulamentação é um dado da realidade em todos os países desenvolvidos. Regulamenta-se a distribuição de gás, o transporte público e a distribuição de energia elétrica. Todos são concessões públicas. Portanto, por que não regulamentar as emissoras de rádio e TV, que são concessões públicas? No Reino Unido o órgão regulador é o Ofcom, que influi inclusive no conteúdo, além de ter poder para punir quem fizer coberturas jornalísticas distorcidas. Notem que há uma distinção clara: estamos falando das emissoras de rádio e TV.
Nada a ver com a imprensa escrita, os jornais e as revistas. Com a regulamentação você pode exigir diversidade de conteúdo, diversidade regional, coibir crimes jornalísticos (exemplo? Escola Base) e combater a propriedade cruzada, aquela que permite à família Sarney, por exemplo, ter a principal emissora de TV, de rádio e o principal jornal de São Luís do Maranhão, através dos quais controla a política local.

JI: Quais as consequências sociais da distorção dos fatos e do jornalismo tendencioso?

LCA: As consequências são para a própria democracia, na medida em que meia dúzia de famílias exercem sem moderação um poder para a qual não foram eleitas. Escolhem pautas políticas, candidatos, assuntos que devem ou não ser divulgados, influenciam em eleições e fazem pressão sobre todos os poderes constituídos, em todas as esferas. Distorcem a economia ao fazer campanhas pelo aumento da taxa de juros ou contra os sindicatos. Atacam programas sociais e pregam a privataria. O que reservam aos que discordam? Assassinatos de caráter, através dos quais destroem reputações de juízes, delegados, senadores, deputados, prefeitos e assim sucessivamente. Jornalismo investigativo de encomenda, com reportagens para atacar adversários. Tudo isso distorce a democracia, na medida em que meia dúzia de empresários falam com grande força, enquanto milhões não tem voz (nem mesmo em rádios comunitárias, pequenos jornais ou blogs), seja por falta de verbas publicitárias (concentradas com os grandes), seja por falta de acesso (os grandes meios se concentram no eixo Rio-São Paulo), seja por perseguição (a Polícia Federal e a Anatel, provocadas por grandes emissores, atacam as pequenas sob a alegação de que são piratas).


JI: Como modificar a estrutura “senso comum” na sociedade com o jornalismo?

LCA: Educação. Toda ação política é altamente educativa. Por exemplo, com o Projeto de Iniciativa Popular do Forum Nacional pela Democratização da Mídia pretendemos fazer com que o Congresso aprecie uma lei para regulamentar a mídia eletrônica, que se encontra neste endereço. Dependemos das assinaturas de todos:

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Moradora de Porto Alegre inicia jornal comunitário e conhece criador do Voz da comunidade no Alemão

Rene segura a segunda edição do jornal de Bianca.

Por Rene Silva (rene@vozdascomunidades.com.br)

A sua primeira iniciativa começou quando ele tinha 11 anos em um projeto de criar um jornal para escola. Rene percebeu que fazer uma publicação havia resolvido os problemas da instituição. Então, foi dai que surgiu a ideia de fazer um jornal falando da comunidade. Com a ajuda da diretora ele conseguiu fazer o seu primeiro exemplar e dai em diante o seu próprio jornal, chamado Voz da Comunidade.O menino disse ainda que não foi por causa da criação do jornal que ele ficou conhecido. “Começaram a me ver mesmo após a ação de pacificação que ocorreu no Complexo do Alemão em 2010”, disse Rene.Através das contas do Twitter de Rene e do Jornal Voz da Comunidade ele conseguiu responder a todas as perguntas e informar aos que estavam de fora o que estava acontecendo dentro da comunidade. “Eu conseguia me comunicar com amigos e professores que estavam preocupados em saber como eu estava no meio daquele fogo cruzado. Foi então que jornalistas, formadores de opinião e artistas me seguiram e foram acompanhando tudo pela minha rede social e não somente pela televisão”, afirma o menino.

Conforme eram feitas as perguntas ele ia respondendo e foi a partir dai que seu Twitter teve uma influência maior. Ao responder as indagações, Rene conseguia deixar todos os que estavam de fora informados, inclusive a mídia que se espelhava no seu Twitter para repassar as noticias.

Foi então que o jornal Voz da Comunidade ficou conhecido em todo o Brasil como principal rede de comunicação dentro do Complexo do Alemão, pois foi através dele que todos conseguiram acompanhar o que estava acontecendo de verdade dentro da comunidade.

Hoje, aos 19 anos, Rene faz palestras e visitas por todo o país. Além de se comunicar através do Twitter, ele também desenvolve o seu trabalho pelo Facebook e por um portal de notícias da comunidade em que mora, informando os moradores sobre projetos sociais e problemas enfrentados no morro.

Bianca Oliveira de 19 anos enfrenta dificuldades para imprimir seu jornal, quem quiser colaborar pode entrar em contato através do facebook da menina que criou o jornal aos 13 anos com o objetivo de mostrar os problemas sociais da comunidade conhecida como Vila Gaúcha, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

Texto: Bianca Oliveira
Fonte: Voz das comunidades

Movimentos sociais do RS contra os leilões do petróleo e por mais democracia

Plenária representativa encaminha Ato contra os Leilões de Libra e por mais democracia

"A síntese de tudo o que debatemos é com quem fica o poder. Petróleo, mídia, reforma política. Temos que mostrar para as pessoas que é uma discussão que envolve todo mundo, pois é uma questão de definir para onde irá essa riqueza, quem decidirá e quem fala", resumiu Renata Mendonça, do Coletivo de mídia Barão Gaúcho, presente à Plenária Estadual dos Movimentos Sociais realizada na noite de quinta-feira (26/9), no auditório da Fecosul, em Porto Alegre. 

A atividade reuniu cerca de 30 entidades de movimentos sociais e populares com a pauta da avaliação dos informes da Plenária Nacional, que colocou na agenda a luta contra o leilão do Campo de Libra, previsto para 21 de outubro, pela reforma política com realização de plebiscito e pela democracia na mídia. A plenária contou ainda com a presença do ex-governador Olívio Dutra e do deputado federal Elvino Bohn Gass (PT). A plenária foi conduzida por Waldir Bohn Gass, da CNBB, e Ana Carolina Barbosa, da UBM. 

Para o Secretário de Juventude da CTB-RS, Igor Pereira, o fim dos leilões do petróleo é uma reivindicação da pauta unitária das centrais sindicais e movimentos populares. "Soma-se a uma luta por democracia e fundamenta essa luta. O petróleo e o pré-sal são patrimônios do Brasil, são riquezas que queremos que se materializem em educação e valorização do trabalho. Mas a disputa dessa riqueza passa pela política e a mídia, uma pauta tem a ver com outra", afirma. A secretária de Políticas Sociais da CTB-RS, Izane Mathos, saudou a representatividade e caráter unitário da Plenária. "Somente com unidade dos movimentos sociais poderemos avançar nas mudanças", lembrou.

O representante da Federação dos Petroleiros (FUP), Dary Beck Filho, informou que haverá reunião do Comitê em Defesa do Petróleo no dia 4 de outubro. Ficou definido que CUT, CTB, CGTB, MST, UNE, UGES e FMG participarão da reunião, ficando as demais entidades convidadas a se somar. O objetivo é planejar um Ato estadual contra o Leilão de Libra e por mais democracia, que será realizado dia 17/10. 

Veja mais fotos da Plenária dos Movimentos Sociais e Populares do Dia 26 de setembro