quarta-feira, 5 de junho de 2013

CTB-RS e SINFLUMAR pressionam Governo pelo fim da paralisação da dragagem

A mobilização organizada pela Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB-RS) juntamente com o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Marítimos e Fluviais do Rio Grande do Sul (SINFLUMAR), que reuniu cerca de 500 trabalhadores durante a caminhada, a partir do Cais do Porto até a Assembleia Legislativa, na manhã desta quarta-feira (5/6), teve repercussão imediata.  Encabeçada pelo presidente da CTB-RS, Guiomar Vidor, e principais líderes sindicais, que carregaram a faixa onde dizia: “EM DEFESA DO EMPREGO E DO MEIO AMBIENTE”, a marcha percorreu o centro de Porto Alegre.


Outras faixas, carregadas pelos trabalhadores estampavam: “Liberação da extração de areia com fiscalização”; “Já faz 20 dias que perduram a incerteza e insegurança. Quem vai pagar minhas despesas de água, luz e alimentação no fim do mês?” e “Sra. Juíza, essa liminar é para punir os corruptos e exploradores ou nós, os trabalhadores?”. Ao mesmo tempo, cerca de 120 caminhões, liberados pelos empresários do setor, circulavam pelo entorno fazendo um buzinaço que colaborou para sensibilizar os deputados e o próprio Governo do Estado.


A Comissão de Saúde e do Meio Ambiente realizou uma audiência no Auditório Dante Barone, cedida pelo presidente da Assembleia Legislativa, a fim de que todos os trabalhadores pudessem participar. O presidente da CTB-RS, Guiomar Vidor, fez parte da Mesa que contou com deputados de diversos partidos, dirigentes das centrais, sindicatos e até com o apoio do presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH), Jair Krischke.  “Nós temos dois temas que envolvem os Direitos Humanos nesta questão. O primeiro tema envolve o Meio Ambiente saudável, e hoje casualmente é o Dia Universal do Meio Ambiente, uma data emblemática para todo mundo e nós estamos discutindo esse tema da mais alta relevância. E também há um direito humano que é muito importante e que está em pauta aqui: todo homem tem o direito ao trabalho”, afirmou o presidente do MJDH.


O presidente da CTB-RS, Guiomar Vidor, incentivou todos para que continuem na luta.Aline VargasO presidente da CTB-RS, Guiomar Vidor, incentivou todos para que continuem na luta.


O presidente da CTB-RS agradeceu a atenção dada pela Assembleia Legislativa e reclamou da cobertura da imprensa. “Estamos na busca de uma solução para esse grave problema. Ficamos impactados porque a imprensa divulga que as obras da mobilidade urbana, do PAC e da Copa do Mundo vão paralisar, mas em momento algum nós vimos ser falado que mais de 600 trabalhadores com suas famílias vão ser atingidos pelo desemprego. Sem falar aqui nos companheiros da Construção Civil que também serão prejudicados pelo desemprego que irá se desenvolver em cadeia. Esse problema terá desdobramentos negativos em vários aspectos sociais. O SINFLUMAR e a CTB tem dado diversos encaminhamentos. Precisamos unir todos os setores. A Assembleia Legislativa, o Governo do Estado e acima de tudo buscar o apoio da sociedade para que o judiciário reveja essa postura intransigente. Para que possamos assim sair dessa crise que foi instaurada”.


Guiomar Vidor relembrou as ações feitas pela CTB até o momento para que se consiga solucionar os entraves que impedem a atividade dos trabalhadores. “Já fizemos algumas reuniões, conversamos com o Secretário de Estado do Meio Ambiente, Néio Lúcio Fraga Pereira, e agendamos para amanhã uma audiência com a nova juíza que está comandando esse processo. Na segunda-feira passada, também, fizemos uma reunião com a Casa Civil, em que o Governo do Estado manifestou o seu interesse de construir uma saída para essa questão social e econômica”. O presidente da CTB-RS afirmou ainda que a mobilização foi apenas o início da jornada. “Agradeço essa grande adesão dos companheiros e companheiras e vamos seguir na luta para conquistarmos a vitória, que é a garantia do trabalho digno. Porque, hoje, se existem pessoas que estão coletando areia de maneira ilegal, a fiscalização deve ser aumentada para que se garanta o emprego decente para essas centenas de trabalhadores e trabalhadoras que querem sustentar suas famílias”, concluiu chamando todos os participantes da manifestação para a luta.


O presidente do SINFLUMAR, Valdez Oliveira, abordou a gravidade da situação que já se instaura dentro da casa dos trabalhadores paralisados. “Nós, fluviários, sabemos que areia no mercado é fundamental. Mas, como presidente do Sindicato laboral, nos preocupamos primeiro com o pão na mesa dos familiares de cada um dos trabalhadores. Sabemos que a lei existe para ser cumprida, mas tanto quando a lei tem que funcionar a fiscalização. O nosso sindicato sempre defendeu o meio ambiente, as nossas embarcações quando estão navegando é porque passaram por uma fiscalização rigorosa. Pouca gente não tem noção da importância do nosso trabalho. A nossa categoria aqui reunida só pede uma coisa a essa Casa e às autoridades responsáveis: resolvam logo essa situação porque não temos mais muito tempo para resistir desempregados. Não devemos ser punidos por erros que a nossa categoria não cometeu. O grande problema da nossa atividade é que ela é diferenciada, pois o trabalhador depende da navegação. E se não tem navegação, não há mercado para acolher os trabalhadores. Com a proibição da atividade, por força de uma liminar, já temos cerca de 180 desempregados até hoje (5/6)”, alertou.

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